Se a morte de Cristo foi aquilo que satisfez a Deus
em favor de nossos pecados, existe uma infinita malignidade no pecado, visto
que ele não pôde ser expiado de outro modo, senão por meio de uma satisfação
infinita. Os tolos zombam do pecado, e existem poucas pessoas no mundo que se
mostram verdadeiramente sensíveis a respeito de sua malignidade. No entanto, é
certo que, se Deus exigisse de você a penalidade completa, os sofrimentos
eternos não seriam capazes de expiar a malignidade que se encontra em um só
pensamento pecaminoso. Talvez você pense que é muito severo o fato de que Deus
sujeitaria as suas criaturas aos sofrimentos eternos por causa do pecado e
nunca mais ficaria satisfeito com elas.
Quando, porém, você considerar bem a verdade de que
o Ser contra o qual você peca é o Deus infinitamente bendito e meditar em como
Ele agiu em relação aos anjos que caíram, você mudará de idéia. Oh! Que
malignidade profunda existe no pecado! Se você deseja entender quão grave e
horrível é o pecado, avalie seus próprios pensamentos, quer à luz da infinita
santidade e excelência de Deus, que é ofendido pelo pecado; quer à luz dos sofrimentos
de Cristo, que morreu para oferecer satisfação pelo pecado. Então, você obterá
compreensões profundas a respeito da gravidade do pecado.
Se a morte de Cristo satisfez a Deus e,
conseqüentemente, nos redimiu da maldição do pecado, a redenção de nossa alma é
caríssima. As almas são preciosas e muito valiosas diante de Deus. “Sabendo que
não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados
do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso
sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1 Pe
1.18-19). Somente o sangue de Deus é um equivalente para a redenção de nossa
alma. Ouro e prata podem redimir-nos da servidão humana, mas não podem
livrar-nos da prisão do inferno. Toda a criação não vale a redenção de uma
única alma. As almas são muito preciosas; Aquele que pagou o preço da redenção
delas pensou nisso. Mas os pecadores vendem por um valor muito baixo as suas
próprias almas. Se a morte de Cristo satisfez a Deus no que diz respeito aos
nossos pecados, quão incomparável é o amor de Deus para com pobres pecadores!
Se Cristo, por meio de sua morte, consumou uma plena satisfação pelo pecado,
Deus pode perdoar com segurança o maior dos pecadores que crer em Jesus.
Fonte : Editora Fiel
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