Devo considerar não fazer missões se
isso implica perigo constante para minha vida?
Sim, considere. Mas, depois de haver considerado a
questão, talvez você deva fazer missões. Se a sua esposa diz: “Não”, talvez
você não deva se envolver em missões.
Suponho que você está falando de perigo real tanto
para si mesmo como para sua esposa, e não está falando de colocar sua esposa em
risco porque têm uma posição segura e excelente. Se isso é o que você está
querendo dizer, então você é egoísta e não deve fazer missões de modo algum.
Mas, se você quer dizer: “Devo seguir uma chamada
que põe em risco a mim, minha esposa e meus filhos?”, eu diria: sim, porque, se
todos seguirem o caminho oposto, a Grande Comissão nunca será terminada.
A menos que você esteja dizendo que a Grande
Comissão deve ser terminada somente por solteiros. “Deixemos os solteiros
sofrer. Somos pessoas casadas, não devemos sofrer. Casamos e, assim, escapamos
do sofrimento.” Não acho que o Novo Testamento ensina isso.
Essa foi a razão por que Jesus disse: “Se alguém
vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher... não pode ser meu
discípulo”. Jesus não usou a palavra “aborrece” no sentido de ódio para com os
parentes. Ele a empregou no sentido de que você assume riscos ao ponto de sua
avó dizer que você age como se a odiasse. Você sabe que não a odeia. Você a
ama, assim como ama todas as pessoas que está tentando alcançar com o
evangelho.
Não tenho critério final e preciso a respeito de
quando fugir e de quando permanecer. Essa é a velha ênfase sobre a qual John
Bunyan escreveu em seu livro Advice for Sufferers (Conselho
para Aqueles que Sofrem).
Bunyan escolheu passar 12 anos na prisão quando
poderia ter saído da prisão. Ele tinha uma esposa e quatro filhos, um dos quais
era cego. Ele poderia ter ficado livre da prisão se apenas tivesse assinado a
confissão: “Eu não pregarei mais”. Mas ele escolheu permanecer preso, e isso
colocou sua família em grande risco, com pobreza.
Por isso, ele escreveu a obra Advice for
Sufferers (Conselho para Aqueles que Sofrem), na qual ele oferece exemplos
bíblicos de pessoas que fugiram, como Paulo quando escapou de Damasco, sendo
descido num cesto pela muralha, em vez de ser corajoso. É como se disséssemos:
“Ei, Paulo! Por que você está sentado em um cesto, sendo descido pela muralha e
fugindo de dificuldades?” Há também exemplos de Paulo lançando-se, por assim
dizer, aos leões em Éfeso ou em Filipos, indo para a prisão e mostrando-se
disposto a receber açoites.
Quando você fica e quando você foge? Bunyan diz:
“Deus lhe mostrará”.
Portanto, não acho que seja automática a sua
escolha de preservar a si mesmo, sua esposa, seus filhos do risco, do perigo e
do sofrimento. Haverá momentos em que você sentirá: “Sim, é tempo, por causa do
Reino e de tudo que está envolvido, de que eu mude para outro lugar e outro
ministério”.
Não é uma resposta simples. Não tenho uma resposta
simples a respeito de quando tomar essas decisões.
Traduzido
por: Wellington Ferreira
Fonte:
Editora Fiel
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